sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A imobilidade urbana


Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo André

Está na hora de os poderes públicos, prefeitura e Estado, travarem uma batalha de verdade para equacionar o trânsito que estrangula as vias urbanas a cada dia que passa.
Vivemos uma oportunidade quase que inadiável de criarmos alternativas de mobilidade urbana com investimentos em transporte público, em bilhete único e em integração dos vários modais de transporte (trens, ônibus, trolebus e metrô de São Paulo).
Veja o caso Santo André que se adotasse o bilhete único, que é uma realidade em São Paulo, nos permitiria deslocar sem estar financiado as empresas de ônibus, pagando duas passagens, como acontece atualmente aqui na região.
Um passe com validade de duas horas nos permitiria atravessar a cidade, deixar os filhos na escola, fazer uma pequena compra e voltar para casa, sem custos adicionais.
Poderíamos visitar parentes, frequentar bibliotecas, sermos turistas nas nossas próprias cidades. Em vez de sermos mantidos como prisioneiros nos nossos bairros, em função do custo elevado das passagens e por termos que pagar duas, três conduções para se deslocar pela cidade.
Além disso, um transporte público mais em conta e de melhor qualidade beneficiaria a mãe (ou o pai) que não precisaria mais perder duas ou três horas para levar o filho na escola.
Porque é hora de reconhecer que alguma coisa deu errada na opção radical que fizemos pelos carros. E não se trata de uma campanha contra automóveis. Nada disso. Nós aqui no Grande ABC, berço da indústria automobilística brasileira, sabemos o potencial econômico dos carros.
Se soubermos combinar o transporte público integrado, barato, seguro e acessível a todos, que nos ajude nos deslocamentos para o emprego e para o lazer, então deixaremos o carro em casa e confiaremos nossos filhos ao transporte público, como aliás o fazem muitas das famílias sem carro que vivem em nossas cidades.
Mas que são obrigadas a se sujeitar a um transporte público precário, incerto, muito caro e superlotado. Os obrigando a viver uma realidade dura e que os faz sonhar com o carro próprio, que teoricamente, deveria significar mais mobilidade. E que, quando é comprado, percebem na primeira saída que foram condenados aos engarrafamentos, à poluição e a imobilidade urbana.

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