quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ONGs: separar o joio do trigo


Por Adônis Bernardes, presidente do PDT de Santo André

A imensa maioria das organizações não governamentais (ONGs) são entidades sérias, acima de qualquer suspeita e sem envolvimento com as maracutaias que estão enchendo o noticiário todos os dias.
Grande parte delas não sabem sequer como conseguir financiamento dos poderes públicos, vivem no limite da sobrevivência financeira pois são sustentadas por trabalhos voluntários e, muitas vezes, por doações de pessoas simples, que têm elas mesmas, incertezas sobre seus próprios ganhos.
A defesa que fazemos destas entidades é essencial para que a opinião pública não coloque no mesmo saco o joio das ONGs que ocupam o noticiário com financiamentos e desvios de milhões de reais, com as que são trigo do bom, como é o caso da ONG Gol da Conquista, do Parque Erasmo, criada pelo ex-jogador Sandro Gaúcho.
A Gol da Conquista tem o apoio da Igreja da Plenitude Cristã, do Clube Náutico e do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá. Com a orientação e dedicação absoluta de Sandro Gaúcho, 200 pessoas são diretamente beneficiadas, sendo que 110 são jovens ocupados na escolinha de futebol.
As dificuldades que a Gol da Conquista vivem são inúmeras. Mas cada falta de dinheiro em caixa, de uniforme ou equipamento esportivo serve de estímulo para que se melhorem as campanhas, que se lute um pouco mais para manter fora das ruas as crianças e jovens, que de outra maneira seriam cooptadas pelo crime organizado.
Vivemos uma situação dramática que temos que buscar respostas por nossa conta todos os dias. Nossos jovens são abandonados sem perspectiva de emprego. Não precisa ser nenhum gênio para entender que entre os 16 e 24 anos existem três vezes mais desempregados que na idade adulta.
Sem ambientes adequados para exercitarem toda sua energia, nossos adolescentes perambulam pelas lan house, pelos barzinhos da vida, pelos terrenos baldios. É uma juventude literalmente abandonada pelo poder público. O que obriga seus pais a buscarem soluções próprias através do apoio que dão às ONGs como a Gol da Conquista.
Que nem precisaria ter seus méritos ressaltados não fosse, infelizmente, a onda de notícia ruim envolvendo ONGs vinculadas com esportes que têm que ser exemplares, do ponto de vista educacional e de seriedade nas suas contas, porque estão cuidando dos jovens e do futuro de nosso país.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Envolvimento da família

Por Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo André 

Realizamos no último sábado uma das primeiras reuniões com as famílias que são nossas amigas para discutir política. Isso mesmo: discutir política. Na reunião que teve muitos jovens, crianças e familiares, debatemos os problemas que nos afetam em Santo André e Mauá. Falamos da necessidade de ampliar nossa participação para muito além da família e da vizinhança.
E para nossa alegria, política não foi considerado um assunto proibido. Todos participaram e opinaram e fizeram discursos e encaminhamentos. Identificamos as principais preocupações com nossos postos de saúde e hospitais. Os problemas com nossas creches, onde faltam investimentos sérios das respectivas prefeituras.
E ouvimos, emocionados, a lembrança de que, infelizmente, ainda existem bairros e comunidades de Santo André e Mauá, abandonadas sem infra-estrutura, com esgoto a céu aberto, sem escolas e postos de saúde.
O resultado final foi a satisfação cívica de, entre amigos e familiares, nos sentirmos participando dos destinos da cidade.
Para as crianças e os jovens presentes foi uma lição de vivência cidadã. Puderam ver na prática nossa preocupação de enquadrar nas discussões familiares os destinos de nossa cidade.
Aos poucos vamos aprendendo e ensinando que a cidade em que vivemos é uma extensão natural das nossas casas e dos nossos bairros. E que, como moradores, trabalhadores, cidadãos e eleitores temos, sim, que debater nossos destinos e nos organizar para interferir nas políticas públicas.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Política em família

Por Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo André

É muito comum, ainda, no interior do Brasil as pessoas serem vinculadas às famílias. Tão forte quanto o sobrenome é a família a que pertence. É a maneira de se identificar rapidamente o perfil e a integridade da pessoa. Porque ser filho ou filha de Fulano, conhecidíssimo na comunidade, já é aval imediato.
Porque a família é a principal célula da comunidade e a partir dela é que surgem as ramificações, as personalidades e as qualidades das pessoas. Daí a importância que damos a estas informações familiares.
Talvez fosse conveniente a gente aproveitar e trazer para dentro da família a troca de ideias a respeito dos candidatos (ou candidatas) que gostaríamos que nos representassem nas próximas eleições.
Tem que ser uma conversa serena, feita aos poucos, em que a gente vai aos poucos juntando as informações que consegue sobre o candidato e criando a história de vida dela (ou dele).
Pra começo de conversa basta a gente dar uma olhada mais atenta nos jornais nos próximos meses. Vamos descobrir aqui e ali um pré-candidato. E assim que a gente conseguir identificá-lo vamos trazer seu nome para as conversas em família.
Nós conhecemos bem ele (ou ela)? Tem qualificação moral para ocupar algum cargo público? É ladrão? Enrolador? Esperto demais? É sincero? Honesto? Tem palavra?
Vamos criar um bate papo direto, como acontece entre familiares. E vamos, aos poucos construir o candidato. Se for uma pessoa honesta, sincera e que cumpre acordos, muito provavelmente, fará parte dos candidatos aprovados pela família.
Essas pessoas são fáceis de identificar. Geralmente, além de aparecer nos jornais nos são apresentadas por gente que confiamos. Chegam até mesmo a nos visitar em casa.
Mas os espertalhões também costumam se infiltrar em nossas residências ou na casa de algum amigo. Não vamos, claro, ser mal educados. Vamos ouvir suas propostas e conferir com nossas famílias. E se não nos convencer, vamos eliminá-los de nossos votos.
Assim, fazendo política em família é que ajudaremos a moralizar nossa cidade, nosso Estado e o Brasil. Pode parecer difícil, mas tem que começar de algum lugar a moralização da nossa política. E o melhor lugar, acredito, é a partir das nossas casas.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Sabedoria eleitoral


Por Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo André

Existe uma grande sabedoria na legislação eleitoral que reserva os três últimos meses antes da eleição para a campanha em todo o seu potencial. Com pedido formal de votos, com comícios, reuniões, panfletagens, cartazes e carros de som.

Por que?
Porque nesta época, na verdade, vamos apenas amadurecer nossa escolha e confirmar nas urnas os candidatos e candidatas que já fazem parte de nossa vida social e comunitária de maneira permanente, de preferência desde os anos anteriores.
Pois a responsabilidade de se escolher um representante é enorme (ou deve ser) e a exposição de um desconhecido na reta final não o legitima como o político que nos representará em funções que decidirão sobre os investimentos em Educação, Saúde e Segurança Pública, por exemplo.
Apesar de a lei proibir a campanha antecipada nada impede que os verdadeiros líderes interajam com seus amigos e vizinhos, com seus sindicatos e associações, com sua comunidade e com sua cidade, nas mais variadas instâncias.
Como você sabe, a vivência democrática é tremendamente dinâmica e exige, a cada momento, a interferência de líderes que saibam organizar num só sentido as várias vontades individuais. E transformar nossos anseios em leis e atitudes que orientem as ações e decisões dos nossos gestores públicos.
Precisamos, portanto, da atuação dos líderes comunitários o tempo todo. E são nestas interações que os avaliamos e aprendemos a respeitar suas habilidades políticas, de profissionais que sabem ouvir e buscar o consenso, que sabem encaminhar e negociar divergências, sem perder o foco dos interesses mais amplos da comunidade, cidade, Estado ou País.
Se essas palavras fazem algum sentido para você, então muito provavelmente voltaremos a conhecê-lo como candidato, ou como apoiador de alguma liderança expressiva, logo após as convenções do seu partido, que devem ocorrer em junho do ano que vem. Mas teremos, desde já, a oportunidade de acompanhá-lo, mês a mês, nos eventos sociais de nosso interesse.
Vamos encontrá-lo não só na igreja mas no campo de futebol, na reunião da associação de moradores, nas assembleias sindicais, nas manifestações ecológicas ou ver sua assinatura num texto, como este, que conclame as demais lideranças a participar ativamente da vida comunitária.
É assim que se amadurece um candidato ou candidata. Com trabalho árduo de todos os dias. Gostando de gente e de seus problemas. Encaminhando reivindicações e pressionando as autoridades. Apostando, antes de mais nada, na solidariedade.
Quando chegar a reta final da campanha eleitoral, então a comunidade saberá, sem ter dúvida, premiar seus melhores líderes. E se você quer chegar lá e já está filiado a um partido político, é só questão de acelerar seu trabalho de liderança, sempre a serviço do povo, sempre acreditando na sabedoria coletiva que, muito provavelmente, já o distingue e o tem como o representante potencial para as próximas eleições.