domingo, 11 de dezembro de 2011

Planejar o futuro

Por Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo  André

Todo fim de ano pensamos e até mesmo detalhamos o que faremos no ano seguinte. É mais um hábito que complementa o espírito natalino do que um planejamento de verdade, em que levaríamos em consideração nossas motivações e capacitações e metas para serem respondidas no ano seguinte.
Se temos dificuldades em planejar o próximo ano, o que dirá então dos próximos quatro ou cinco anos.
Ou seja, na maioria das situações deixamos a vida nos levar. E quando somos surpreendidos idosos e sem uma aposentadoria adequada; ou com filhos prontos para a faculdade e a gente sem saber como ajudá-los ou uma doença grave nos surpreende sem uma base financeira adequada, nos perguntamos porque não planejamos melhor nossas vidas.
Por isso, o PDT de Santo André se esforça nas suas reuniões permanentes para colocar sempre uma semente de futuro em nossas decisões. Todos nós sabemos que teremos eleições municipais no ano que vem. Poderemos eleger prefeitos e vereadores.
Mas as eleições, com data marcada para 7 de outubro, só entrarão de verdade no nosso planejamento futuro se soubermos, agora, o que queremos para a administração que começará em janeiro de 2013, com mais quatro anos de validade.
Por isso, se você quer ampliar seu planejamento futuro e resolver incluir as eleições municipais do ano que vem, comece a investigar qual o tipo de político teria condições de representá-lo adequadamente até 2016.
Ao aprendermos a planejar o futuro vamos escapar das manipulações pontuais e dos pedidos de votos apenas para as eleições com data marcada. Vamos exigir programas de governo e, principalmente, comprometimento com esses programas de governo.
E o mesmo planejamento futuro servirá de referencia para que nas próximas eleições tenhamos condições de avaliar o desempenho dos políticos e decidir qual rumo daremos aos nossos votos.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A imobilidade urbana


Adonis Bernardes, presidente do PDT de Santo André

Está na hora de os poderes públicos, prefeitura e Estado, travarem uma batalha de verdade para equacionar o trânsito que estrangula as vias urbanas a cada dia que passa.
Vivemos uma oportunidade quase que inadiável de criarmos alternativas de mobilidade urbana com investimentos em transporte público, em bilhete único e em integração dos vários modais de transporte (trens, ônibus, trolebus e metrô de São Paulo).
Veja o caso Santo André que se adotasse o bilhete único, que é uma realidade em São Paulo, nos permitiria deslocar sem estar financiado as empresas de ônibus, pagando duas passagens, como acontece atualmente aqui na região.
Um passe com validade de duas horas nos permitiria atravessar a cidade, deixar os filhos na escola, fazer uma pequena compra e voltar para casa, sem custos adicionais.
Poderíamos visitar parentes, frequentar bibliotecas, sermos turistas nas nossas próprias cidades. Em vez de sermos mantidos como prisioneiros nos nossos bairros, em função do custo elevado das passagens e por termos que pagar duas, três conduções para se deslocar pela cidade.
Além disso, um transporte público mais em conta e de melhor qualidade beneficiaria a mãe (ou o pai) que não precisaria mais perder duas ou três horas para levar o filho na escola.
Porque é hora de reconhecer que alguma coisa deu errada na opção radical que fizemos pelos carros. E não se trata de uma campanha contra automóveis. Nada disso. Nós aqui no Grande ABC, berço da indústria automobilística brasileira, sabemos o potencial econômico dos carros.
Se soubermos combinar o transporte público integrado, barato, seguro e acessível a todos, que nos ajude nos deslocamentos para o emprego e para o lazer, então deixaremos o carro em casa e confiaremos nossos filhos ao transporte público, como aliás o fazem muitas das famílias sem carro que vivem em nossas cidades.
Mas que são obrigadas a se sujeitar a um transporte público precário, incerto, muito caro e superlotado. Os obrigando a viver uma realidade dura e que os faz sonhar com o carro próprio, que teoricamente, deveria significar mais mobilidade. E que, quando é comprado, percebem na primeira saída que foram condenados aos engarrafamentos, à poluição e a imobilidade urbana.